Bong Joon-ho, diretor vencedor do Oscar, esclareceu as especulações sobre a inspiração por trás do personagem Kenneth Marshall, interpretado por Mark Ruffalo em Mickey 17.
Em entrevista à Entertainment Weekly, Joon-ho explicou que o vilão, um político egomaníaco, foi inspirado em “uma mistura de diferentes políticos” e “ditadores que vimos ao longo da história”, e não especificamente em Donald Trump, como alguns espectadores sugeriram.
O cineasta destacou que as comparações com Trump são projeções do público, especialmente após exibições do filme em Berlim, onde pessoas de diferentes países associaram Marshall a líderes políticos estressantes de suas próprias nações. Joon-ho também ressaltou a importância do casal formado por Marshall e sua esposa Gwen, interpretada por Toni Collette, comparando-os a duplas ditatoriais como os Ceaușescu (Romênia) e os Marcos (Filipinas). “É sempre estranho quando ditadores agem como casais. Isso os torna mais ridículos e aterrorizantes”, disse.
Durante aparição no The Tonight Show Starring Jimmy Fallon, Mark Ruffalo brincou sobre sua interpretação, dizendo que “subestimou” o personagem. “Eu interpreto um ditador mesquinho. Quando gravamos, há três anos, achei que estava exagerando. Agora, percebo que subestimei”, comentou, em uma possível alusão à ascensão de figuras controversas na política global.
“Mickey 17” explora temas políticos e sociais com a assinatura única de Bong Joon-ho, conhecido por filmes como “Parasita” e “Okja”. A estreia acontece no Brasil amanhã, 6 de março.
via EW.