Drop: Ameaça Anônima é suspense com potencial desperdiçado Drop: Ameaça Anônima é suspense com potencial desperdiçado

Drop: Ameaça Anônima é suspense com potencial desperdiçado

Drop: Ameaça Anônima é mais uma produção genérica de suspense que desperdiça seu potencial, entregando um resultado medíocre apesar de alguns méritos técnicos. O filme até poderia ter funcionado melhor se optasse por um ritmo mais contido — ser mais “chato” talvez até o tornasse mais interessante.

A fotografia se destaca como um dos poucos elementos realmente bem executados. A iluminação é cuidadosa, com cores e contrastes que criam uma atmosfera visualmente atraente. A direção de arte também merece reconhecimento, com cenários bem construídos e um figurino que, embora aparentemente simples, transmite personalidade. O design de produção, como um todo, é coeso e contribui para a imersão no universo proposto.

Infelizmente, a atuação de Meghann Fahy (“The Bold Type”, “O Casal Perfeito”, “The White Lotus”) como protagonista decepciona. Ela parece desinteressada, com expressões faciais que transmitem mais tédio do que tensão. Sua entonação falha em gerar impacto, mesmo nos momentos mais dramáticos. E falando em tensão, “Drop: Ameaça Anônima” peca justamente no que deveria ser seu ponto forte: a construção do suspense. Em vez de apostar nos silêncios e na ambiência, abusa de jumpscares sonoros e trilhas repetitivas em volume alto, tornando previsível cada suposta reviravolta. A edição de som, portanto, é um dos aspectos mais fracos, desperdiçando oportunidades de criar um clima realmente opressivo.

Brandon Sklenar e Meghann Fahy. Crédito da imagem: Divulgação

A direção de Christopher B. Landon tem momentos competentes, especialmente nas cenas externas, em que a câmera se move com fluidez, explorando bem as locações e a coreografia dos personagens. No entanto, quando tenta intensificar o suspense, recai em closes desnecessários e numa iluminação inconsistente, quebrando a harmonia visual antes estabelecida. Parece que houve pressa no processo, resultando em decisões desequilibradas.

A edição, por outro lado, é fluida e mantém um ritmo ágil. O filme não chega a ser maçante, e sua duração enxuta (uma hora e meia) o torna uma opção passável para um entretenimento despretensioso. Contudo, o roteiro não surpreende, culminando em um clímax genérico e um final prepotente — típico de obras que preferem o espetáculo vazio à substância.

No fim, “Drop: Ameaça Anônima” é mais um suspense esquecível que poderia ter sido muito mais, com um pouco mais de ambição e cuidado. Serve, no máximo, como passatempo para uma tarde chuvosa — desde que você não espere nada além disso.

Por Lanna Félix.