O filme O Brutalista, de Brady Corbet, tornou-se alvo de polêmicas nas redes sociais após seu editor, Dávid Jancsó, admitir o uso de inteligência artificial (IA) na produção.
Em entrevista ao site Red Shark News, Jancsó explicou que ferramentas da Respeecher, uma empresa de software ucraniana, foram empregadas para aperfeiçoar o diálogo em húngaro de Adrien Brody e Felicity Jones.
Jancsó, que é húngaro, destacou que a língua de seu país é uma das mais difíceis de aprender e que, apesar dos esforços dos atores e do treinamento oferecido, foi necessário buscar alternativas para ajustar pronúncias específicas. Ele revelou que partes do diálogo foram recriadas por meio de IA, usando gravações das vozes de Brody, Jones e dele próprio, para “refinar o dialeto”. Segundo Jancsó, o processo visava manter as performances dos atores, substituindo apenas pequenos elementos, como letras específicas.
Além disso, a IA foi utilizada na sequência final do filme para criar desenhos arquitetônicos e edifícios no estilo do personagem de Brody, László Tóth.
A revelação gerou críticas online, com usuários argumentando que o uso de IA para ajustar o sotaque dos atores seria uma afronta ao trabalho de interpretação e que a tecnologia foi usada para evitar pagar profissionais. Comparações foram feitas com a desqualificação da trilha sonora de Duna: Parte Dois no Oscar, enquanto “O Brutalista”, apesar do uso de IA, permanece elegível.
Em sua defesa, Jancsó afirmou que a aplicação da IA foi limitada e consistiu em ajustes mínimos, ressaltando que discussões abertas sobre as ferramentas e possibilidades da IA são necessárias. Ele destacou que os recursos da tecnologia foram usados para criar detalhes que o orçamento e o tempo não permitiriam capturar de outra forma.
O Brutalista
O filme está concorrendo em nove categorias no BAFTA. Além disso, no Globo de Ouro, o longa ganhou nas categorias de Melhor Filme de Drama, Melhor Direção e Melhor Ator em Filme de Drama, e deve receber mais indicações no OSCAR deste ano.
Com Adrien Brody e Felicity Jones estrelando, o filme acompanha o arquiteto visionário László Toth (Brody) e sua esposa Erzsébet (Jones) depois de fugirem da Europa do pós-Segunda Guerra, em 1947, para reconstruir suas vidas e testemunhar o nascimento da América moderna, mas tudo muda com a presença de um cliente misterioso e rico.
Corbet dirigiu e coescreveu o roteiro com Mona Fastvold (The World To Come). Os dois trabalharam juntos no filme “Vox Lux” (2018). Premiado no Festival de Veneza, em 2024, com o prêmio Leão de Prata, “O Brutalista” deve chegar aos cinemas brasileiros em 20 de fevereiro.
via Variety.