O filme “Malick“, inspirado na trajetória de Modou Awa Dieye, um senegalês vítima de tráfico humano que encontrou refúgio em Porto Alegre, acaba de encerrar suas filmagens. A produção contou com mais de 80 profissionais e diversas ações afirmativas.
A produção, codirigida por Modou e pelo cineasta Cassio Tolpolar, está em pré-produção e as filmagens começam em fevereiro, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A história real de Modou é marcada por um engano devastador: com a ajuda de seu tio, ele deixou o Senegal em busca de uma nova vida na Itália, mas foi enviado ao Equador sem saber. Percebendo a armadilha do tráfico humano, fugiu desesperadamente, passando por diversos países da América do Sul, como Peru e Bolívia, até finalmente chegar ao Brasil, onde vive atualmente.
Para Cassio Tolpolar, a busca por autenticidade foi um dos maiores desafios da produção. “Envolver a comunidade senegalesa, trabalhar com não-atores e utilizar o uolofe como um dos idiomas principais do filme foram experiências enriquecedoras. Contar essa história é uma pequena forma de reparação a todos os povos que sofreram e sofrem perseguições e discriminações, e que são forçados a se deslocarem de seus países e casas”, destaca Tolpolar.
A roteirista Adry Silva ressalta a importância de preservar a cultura senegalesa no filme, destacando-se a inserção do uolofe, uma língua falada no Senegal – a oficial é o francês – e será retratada em diálogos dos personagens estrangeiros “Preservar a cultura sempre é uma prioridade nas minhas narrativas, isso também aproxima o elenco da história que está sendo contada. Algumas emoções são melhores expressas na língua materna e isso enriquece o filme e valoriza o ser humano retratado.”, afirma Silva.

Malick, o filme
O filme “Malick” conta a história de um imigrante senegalês de 25 anos, que busca se adaptar e construir sua vida, em Porto Alegre (RS). Vítima de tráfico humano, ele é assombrado pelo seu passado. A promessa de um novo futuro é comprometida, quando ele acredita que o coiote que o trouxe ao país, reaparece. Malick enfrentará o dilema entre vingar-se do coiote, arriscando assim sua permanência no país, ou esquecer o passado e continuar com seu plano de estabilidade.
Primeiro longa-metragem de ficção da produtora audiovisual gaúcha Mamaliga Films, o filme já participou dos laboratórios de roteiro Varilux e Luzes da Cidade, dos mercados audiovisuais SP Cine Pitching e Cine Esquema Novo e das rodadas de negócios do FRAPA e Roteiros e Narrativas. Também fez parte do programa Accelerator do SEE Fest Film Festival em Los Angeles.
“Malick” tem direção de Cassio Tolpolar e codireção de Modou Awa Dieye; roteiro de Adry Silva, Cassio Tolpolar e Modou Awa Dieye; e produção-executiva de Ana Luísa Moura e Pam Hauber. O projeto foi realizado com recursos da Lei Complementar nº 195/2022.
via Mamaliga Films.