Herege (2024 | Divulgação: A24 Herege (2024 | Divulgação: A24

Herege: Final explicado e outros significados

O filme Herege, lançado em 2024 pela A24, é um suspense psicológico que explora temas como fé, manipulação e a natureza da realidade. Com uma trama envolvente e cheia de reviravoltas, o longa desafia os espectadores a questionarem o que é real e o que é ilusório. Abaixo, vamos analisar o desfecho intrigante do filme e os significados por trás de suas cenas mais impactantes.

O jogo de manipulação de Reed

Na sequência final do filme, as protagonistas, as missionárias Paxton (Chloe East) e Barnes (Sophie Thatcher), estão presas na casa de Mr. Reed (Hugh Grant), um homem carismático e perturbador que desafia suas crenças religiosas. Reed organiza um ritual grotesco, no qual uma mulher come uma torta envenenada e morre na frente das missionárias. Ele alega que, se as duas mantiverem a fé em seu método, a mulher ressuscitará como prova de suas teorias sobre vida após a morte.

Herege (2024 | Divulgação: A24
Herege (2024 | Divulgação: A24

Minutos depois, a mulher aparentemente retorna à vida, mas a situação toma um rumo inesperado quando ela profere as palavras: “Não é real.” Esse momento provoca um choque em Paxton, que, ao observar os detalhes, percebe que a mulher ressuscitada não é a mesma que morreu. Durante um momento de distração causado por Reed, o corpo original foi trocado por outro. Essa revelação expõe Reed como um mestre manipulador, disposto a qualquer coisa para manipular as crenças das jovens e reforçar sua autoridade.

A tragédia de Barnes

Enquanto Paxton tenta processar a descoberta, Reed intensifica a pressão psicológica, voltando sua atenção para Barnes. Em um ato de brutalidade, ele a ataca, cortando sua garganta. Após a morte da jovem, Reed remove um objeto metálico do braço dela, apresentando-o como uma “prova” de que o mundo é uma simulação. Ele afirma que aquele objeto era um microchip implantado que controlava a percepção da realidade.

Herege (2024 | Divulgação: A24
Herege (2024 | Divulgação: A24

Porém, Paxton reconhece o objeto como algo muito diferente: um implante anticoncepcional. Esse detalhe revela que Reed está manipulando informações e usando sua eloquência para confundir e desestabilizar suas vítimas. Essa manipulação deliberada reforça a dualidade central do filme — a luta entre crença cega e razão crítica.

O Confronto final e a simbologia da borboleta

Depois da morte de Barnes, Paxton reúne coragem para enfrentar Reed. Em uma luta desesperada, ela o fere gravemente e consegue escapar da casa. Antes de fugir para o exterior, Paxton vivencia um momento peculiar: uma borboleta pousa em sua mão. Este elemento, que já havia aparecido em outras partes do filme, é um símbolo de transformação e renovação.

No entanto, a borboleta desaparece logo em seguida, deixando Paxton sozinha em um ambiente frio e desolador. Esse instante final encapsula a mensagem ambígua do filme: a linha entre a realidade e a ilusão é tênue, e a busca por respostas nem sempre traz conforto.

A Escolha de não ter cena pós-Créditos

Algo que chama a atenção é a ausência de uma cena pós-créditos, uma escolha deliberada para um filme que deixa tantas questões em aberto. Ao evitar resolver os mistérios finais ou apresentar uma continuação óbvia, Herege força o público a refletir sobre os dilemas apresentados ao longo da narrativa. Essa decisão está alinhada com o tom do filme, que prefere provocar inquietação e introspecção em vez de oferecer respostas definitivas.

Herege (2024 | Divulgação: A24
Herege (2024 | Divulgação: A24

Um devaneio sobre o final

O final de Herege é uma meditação sobre os perigos da manipulação e as complexidades da fé. Reed representa uma figura de autoridade que usa o medo e a dúvida para controlar suas vítimas, enquanto Paxton encarna a luta pela liberdade de pensamento em um ambiente opressivo.

A borboleta, com sua curta aparição no final, simboliza tanto a fragilidade quanto a beleza da verdade. Paxton, mesmo escapando das garras de Reed, não sai ilesa — emocionalmente ou espiritualmente. A ambiguidade do desfecho reforça o impacto emocional do filme, deixando espaço para que o público projete suas próprias interpretações.

Herege não é apenas um filme sobre horror psicológico; é uma obra que explora as camadas mais profundas do que significa acreditar — seja na religião, na ciência ou na própria capacidade humana de discernir o real do ilusório.

[COSMO] Final Post