Coerência (Coherence, 2014) filme dirigido por James Ward Byrkit disponível no Prime Video ganha Final Explicado no Cosmo Coerência (Coherence, 2014) filme dirigido por James Ward Byrkit disponível no Prime Video ganha Final Explicado no Cosmo

Coerência (Coherence, 2014): Final Explicado e mais realidades do filme

Um belo exemplo de como produzir muito com pouco, Coerência (Coherence, 2014) é um filme recheado de experimentos e um final pra lá de ambíguo. O longa, dirigido por James Ward Byrkit a partir do roteiro que ele assina com Alex Manugian, está disponível no Prime Video e traz uma reunião entre quatro casais de amigos na mesma noite na qual o cometa Miller passará perto da Terra. Mas do que realmente se trata Coerência? Neste final explicado, vamos explorar as nuances presentes na narrativa da produção.

A Anomalia Causada pelo Cometa Miller

O cometa Miller é o elemento catalisador dos eventos do filme. Relatos históricos mencionados pelos personagens sugerem que eventos inexplicáveis ocorreram em outras passagens desse corpo celeste. No decorrer da noite, a eletricidade falha, os celulares ficam com as telas trincadas, param de funcionar e apenas uma casa vizinha permanece iluminada, indicando que algo fora do comum está em andamento.

O cometa de 1923 na Finlândia mencionado em Coherence realmente existiu?

Não, o cometa mencionado no filme Coerência como tendo passado pela Finlândia em 1923 é fictício. Não há registros históricos de um evento desse tipo na época. A referência foi criada como parte da trama para reforçar a ideia de que a passagem do cometa Miller poderia causar distorções na realidade, contribuindo para o tom de mistério e ficção científica do filme.

O Efeito do Gato de Schrödinger: o que é e como se relaciona em Coerência

A narrativa de Coerência se baseia no princípio da física quântica do Efeito do Gato de Schrödinger, que postula que duas realidades podem coexistir até que sejam observadas. Os personagens descobrem que a casa vizinha é, na verdade, uma versão idêntica da sua própria, habitada por versões alternativas deles mesmos. Essa descoberta gera confusão e conflitos conforme os personagens tentam compreender as implicações dessa duplicidade.

Criado pelo físico austríaco Erwin Schrödinger em 1935, o experimento um gato dentro de uma caixa, com um dispositivo que pode matá-lo.

As Diferentes Versões dos Personagens

Conforme a história avança, os personagens percebem que cruzaram involuntariamente para realidades diferentes, onde pequenas variações em comportamento e decisões geram diferenças perceptíveis. Isso cria tensão e desconfiança entre eles, já que não podem mais ter certeza se estão interagindo com suas versões originais ou com cópias de realidades distintas.

A Caixa e os Objetos de Identificação

Para diferenciar sua realidade das demais, os personagens criam um sistema baseado em uma caixa contendo objetos escolhidos aleatoriamente. Cada grupo de personagens em cada realidade possui objetos diferentes dentro da caixa, funcionando como uma marcação para tentar garantir que permaneçam na sua realidade original. No entanto, conforme as trocas de realidades se intensificam, esse método se torna ineficaz tanto para os personagens quanto para o espectador.

Final Explicado de Coerência: ambiguidade e o egoísmo de Em

No desfecho do filme, Em encontra uma realidade onde sua versão alternativa parece estar em uma posição mais vantajosa e decide substituí-la. Essa ação gera consequências inesperadas quando a versão original dela não desaparece como esperado. A cena final, que mostra um telefonema misterioso, deixa em aberto o destino da protagonista e sugere que as anomalias podem continuar.

Porém, é interessante observar esse ato de egoísmo da protagonista, ao perceber que se encontra numa espiral de realidades alternativas. Observando os conflitos e o caos ao seu redor, mas também motivada pelo ciúme nutrido pela relação do namorado com a ex, Laurie (Lauren Maher), Em inicia uma busca por uma versão onde sua vida pareça mais estável. Essa tentativa levanta questões sobre identidade e pertencimento, pois não há uma garantia de que a realidade escolhida seja a “original”, apenas a mais favorável para ela naquele momento. Por esse motivo, Em acaba se tornando uma espécie de assassina de si mesma, ou pelo menos foi a sua tentativa…

O Uso de Baixo Orçamento para Criar Tensão

Coerência foi produzido com um orçamento limitado, utilizando uma abordagem minimalista. A iluminação natural e a câmera mão ajudam a reforçar a sensação de realismo e improviso. A tensão é gerada por meio do diálogo e das reações dos personagens, sem a necessidade de efeitos especiais sofisticados. Essa escolha contribui para a imersão e torna os eventos do filme mais impactantes, quase se assemelhando à sensação de assistir a produções do gênero found footage como A Bruxa de Blair e Atividade Paranormal.

Onde posso assistir Coerência? Tem na Netflix?

Por se tratar do maior serviço de streaming no Brasil e no mundo, é comum que os assinantes da Netflix tenham a expectativa de assistir o máximo de produções possíveis na plataforma vermelha. Porém, no caso de Coherence, no momento só é possível assistir através do serviço Prime Video da Amazon.