Os Horrores do Caddo Lake, filme de suspense disponível na Max ganha Final Explicado Os Horrores do Caddo Lake, filme de suspense disponível na Max ganha Final Explicado

Caddo Lake: Final Explicado e mais viagens pelo misterioso lago

O filme Os Horrores do Caddo Lake, dirigido por Celine Held e Logan George, é um suspense psicológico chegado em outubro de 2024 na Max que mistura elementos sobrenaturais em um ambiente opressor. Produzido por M. Night Shyamalan (que nos entregou verdadeiras referências do gênero, como O Sexto Sentido), o longa acompanha o desaparecimento da jovem Anna no Lago Caddo, nos EUA, e os eventos sinistros que emergem conforme sua família investiga a verdade. Ao longo da narrativa, porém, várias camadas de mistério se desdobram, conectando o presente a eventos do passado de forma intrigante – por isso, então, resolvemos criar este final explicado de Caddo Lake para explorar seus principais segredos, por mais complicado que o filme possa ter se apresentado (chegando a ser comparado, inclusive, com a série Dark da Netflix)

Os desaparecidos do lago: Caddo Lake possui uma maldição?

Desde os primeiros minutos do filme, fica evidente que o Lago Caddo não é um cenário comum. Envolto por uma densa floresta de ciprestes, o local possui uma atmosfera gótica que sugere um passado trágico. Há indícios de que o lago esteja “amaldiçoado”, com desaparecimentos recorrentes ao longo das décadas. Desse modo, o desaparecimento de Anna é o ponto de partida para o espectador ser informado sobre os mistérios da trama. Sintomas físicos como uma espécie de convulsão ligam os dois personagens principais, Ellie (Eliza Scanlen) e Paris (Dylan O’Brien), que por sua vez investiga os motivos da falecida mãe possuir os mesmos sintomas.

Parecido com a série Dark: ligação temporal e ecos do passado

Um dos aspectos mais intrigantes do filme é a forma como ele brinca com a linha do tempo. Eventos do passado começam a se refletir no presente de maneira surreal, como se o lago estivesse tentando comunicar algo. Ellie, ao explorar os arquivos sobre o desaparecimento de Anna, começa a perceber que sua própria família pode estar conectada a essa maldição. Portais invisíveis ao longo do pantanoso lago materializam viagens no tempo, levando personagens a décadas no passado.

Esse aspecto faz com que Os Horrores do Caddo Lake seja comparado a produções como Dark, onde o tempo não é linear e os acontecimentos ecoam através das gerações. Essa série, por si só, merece seu própria Final Explicado aqui no site do Cosmo, mas isso é assunto para outro momento.

Qual o motivo das convulsões de Anna, Paris e Ellie?

Fica entendido, portanto, que o motivo para os sintomas físicos apresentados pelos personagens como convulsões, tonturas e até sangramentos, se dá por conta das suscetíveis viagens no tempo realizada por esses três personagens ao longo dos anos.

Os Horrores do Caddo Lake, da MAX
Créditos da imagem: divulgação

Quem é pai e mãe de quem: entendendo a intrincada árvore genealógica dos personagens de Caddo Lake

Uma honesta dúvida que deve acabar pairando no ar ao final da sessão de Os Horrores do Caddo Lake é como é que fica a complicada árvore genealógica do filme, essa sim digna de bugar a cabeça de qualquer um devido a tantas viagens no tempo e paradoxos temporais criados ao longo da trama. Mas o mais plausível é que fique assim:]

  • Anna: a adorável garotinha apresentada no início e a primeira a desaparecer, é na verdade a senhora que está com Paris no acidente da introdução do filme, e também a sua mãe;
  • Paris: em suas incursões no tempo pelo emaranhado Caddo Lake, o garoto acaba encontrando Anna gravemente ferida e a deixa sob cuidados médicos, mas ele faz isso na década de 1950 (muitos anos antes de sua linha temporal regular) e a menina passa a crescer nessa época, vindo a se desenvolver e gerar um filho décadas mais tarde. Este filho é exatamente Paris, que a salvou quando ela era criança.
  • Ellie: A coprotagonista do filme é na verdade filha de Paris,
  • Celeste: A jovem que tem um caso com Paris, interpretada por Diana Hopper, é a mesma personagem vivida por Lauren Ambrose em sua versão mais velha, sendo, portanto, “viúva” de Paris e mãe de Ellie.
  • Daniel: marido de Celeste nos dias atuais e padrasto de Ellie, o personagem interpretado por Eric Lange é também o pai biológico de Anna, não tendo revelado quem seria a verdadeira mãe da menina

Paris realmente morreu? O paradoxo temporal e as não respostas de Caddo Lake

Para quem não sabe, o paradoxo temporal é uma contradição que surge quando se considera a possibilidade de viajar no tempo, como, por exemplo, se algum viajante ir ao passado e impedir que seus avós tenham filhos. Assim, os pais desse indivíduo não existirão e, consequentemente, ele não terá nascido. Então como ele poderá existir para viajar no tempo?

Desse modo, alguns pontos ficam pendentes nesse balaio:

  1. Quem seria, desse modo, a mãe biológica de Anna? Apenas é mencionado que a mãe da personagem estava na Flórida, um tanto longe dali, e a melhor forma de termos ciência disso seria através de Daniel, algo que acabou não sendo explorado pelo filme.
  2. Paris realmente morreu? Talvez essa seja a pergunta mais ambígua do filme, pois como seria possível que Anna tenha sido salva por Paris se na verdade ele acaba morrendo com o rompimento da barragem? Ao mesmo tempo, como seria possível ele estar vivo e não ter retornado para reencontrar sua namorada e filha recém-nascida?
  3. Outra figura enigmática não explorada em Caddo Lake é a do Velho Bill, cuja morte e funeral é falada no início do filme. É dito por Paris que se trata do avô de Celeste, mãe de Ellie, mas nada além disso é informado posteriormente. É a partir de sua morte, no entanto, que os diversos mistérios do lago começam a se apresentar na trama.

Final explicado de Caddo Lake: Natureza vingativa e aceitação

Essas perguntas sem respostas forçam o espectador a levar suas interpretações para o campo da aceitação, um complicadíssimo processo quando envolvemos o luto na perda de entes queridos, e algo ainda mais difícil de ser processado quando essas pessoas saem de nossas vidas mediante um desaparecimento sem solução. A mensagem de aceitação por parte de Ellie, ao final com a mãe e o padrasto, confere ao filme um final agridoce de que quem foi embora não o fez por livre e espontânea vontade, mas sim devido a eventos externos fora de seus respectivos controles como foi o caso de Paris e Anna.

Se nos colocarmos no lugar de familiares que tiveram pessoas próximas desaparecidas pelos mais diversos motivos e nunca obtiveram respostas, como é algo que acontece em vítimas de governos ditatoriais ou mesmo acidentes ocorridos em ambientes naturais como mares e montanhas, pode ser que o final de Os Horrores do Caddo Lake não seja tão decepcionante assim para o mais afoito por respostas claras.

Por fim, um ponto interessante para mais reflexões é o modo como a natureza é tratada pelo ser humano, algo criticado pelo filme a partir do momento em que vemos todo o dano causado em Caddo Lake pelo abuso na exploração dos recursos naturais, culminando no rompimento da barragem ao final do filme. Em termos de simbologia, toda a bagunça temporal gerada pode ser entendida como uma resposta direta vinda dessa negligência, da qual surgem as sujeiras do tipo que Paris está tentando limpar desde o início da história.

Isso conversa com outros acontecimentos da trama como o crocodilo morto com um corte perfeito da fenda temporal, ou mesmo o ressurgimento de animais outrora desaparecidos como os lobos. Já as mariposas encontradas por Anna podem até serem associadas com a morte, como faz grande parte dos filmes de terror e suspense, mas no caso de Os Horrores do Caddo Lake parece ser mais o caso de um local machucado em busca de cura e renovação.