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Sophie Thatcher em Acompanhante Perfeita Sophie Thatcher em Acompanhante Perfeita

Acompanhante Perfeita é uma sangrenta e divertida surpresa

Você teria uma namorada robô?

Uma das melhores características do cinema moderno é a capacidade de misturar gêneros para criar histórias inovadoras. Acompanhante Perfeita, que estreia no Brasil no dia 6 de fevereiro, começa como uma típica comédia romântica, mas logo se transforma em uma divertida comédia de terror, recheada de sangue e reviravoltas inesperadas.

A trama acompanha Josh (Jack Quaid) e Íris (Sophie Thatcher), um casal que decide passar um final de semana em uma casa no lago com amigos. O que parece ser uma situação comum ganha contornos surpreendentes quando descobrimos que Íris, na verdade, é um robô acompanhante. Um erro em sua programação desencadeia uma série de eventos catastróficos, e Josh e seus amigos precisam lidar com as consequências.

“Acompanhante Perfeita” funciona como uma versão estendida de um episódio de “Black Mirror”, com uma pegada de gore e comédia. Como toda boa ficção científica, o roteiro vai além da superfície tecnológica e aborda, na verdade, os relacionamentos humanos. No início, todos os casais apresentados parecem perfeitos, mas, ao serem submetidos a situações extremas, questões como abuso, controle e posse emergem. O texto explora com inteligência os clichês envolvendo tecnologia e relações, criando momentos que são ao mesmo tempo divertidos, tensos e reflexivos.

Jack Quaid em Acompanhante Perfeita
Créditos: Divulgação

A combinação de Acompanhante Perfeita

O filme é uma grande mistura de gêneros e sensações. Em alguns momentos, há o desconforto de receber visitas e se sentir deslocado; em outros, a tensão de um bom suspense; e, finalmente, a catarse de ver alguém desagradável enfrentar as consequências de seus atos. Outra característica marcante é o fato de ser um slasher com uma abordagem diferente, onde acompanhamos a perspectiva do “assassino” e, surpreendentemente, torcemos por ele. As reviravoltas, por sinal, são um dos grandes trunfos do longa. Assistir sem saber muito sobre a trama garante surpresas ainda mais divertidas.

Sophie Thatcher, que estrelou o recente “Herege” (leia a crítica), brilha no papel principal, transitando com maestria entre a donzela indefesa e uma ícone feminista vingativa ao longo da narrativa. O elenco de apoio também entrega boas performances, com personagens que conseguem ser simultaneamente detestáveis e cativantes de ver.

Com roteiro e direção de Drew Hancock, “Acompanhante Perfeita” é uma gostosa combinação de ficção científica, romance, comédia e terror, cheia de surpresas. Além de proporcionar uma ótima experiência de entretenimento — ideal para assistir com amigos e pipoca —, o roteiro aborda de forma perspicaz temas sérios sobre relacionamentos e posse. Tudo é bem amarrado, e mesmo com algumas liberdades criativas no final, a história se mantém consistente, podendo ser apreciada tanto em um nível mais superficial quanto em reflexões mais filosóficas.

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